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9 de jul. de 2014

Entre uma xícara de café e outra, lendo meus velhos companheiros de guerra, uma lembrança sorrateira do teu sorriso me veio a mente. Foi praticamente impossível conter os meus lábios também. Existe algo em teu sorriso que alimenta o meu. Há algo em teus olhos que preenchem as lacunas da minha alma. Nosso sentimento é manso, eu sei - mesmo que ele caminhe sobre um abismo de controvérsias -. Nunca busquei uma explicação do  por quê eu preciso de você, por quê há desespero quando você não vem e  por quê  teu colo alivia minhas dores. Nunca foi de minha vontade compreender o motivo de não conseguir conviver com tua ausência ou tentar negar que há desejo em meus olhar. Nunca busquei entender o que une nossas naturezas tão discrepantes quanto dia e noite. Nunca quis saber,  por quê  lá no fundo eu sei que você me aceitou do modo errante, atrapalhada, histérica e apaixonada. Você soube me aceitar exatamente como sou.  

       




                                                                                      "Houveram lacunas na vida que precisaram ser acalentadas."

17 de fev. de 2014

Ensaio sobre banhos e liberdade



Chuva lava a alma, por isso eu preciso sempre em contato com a natureza para me sentir livre, ser eu mesma. Nada é mais acolhedor do que tomar um banho, as lágrimas se misturas com as gotas e os pensamentos viram poemas. Eu gosto até mesmo de tomar banho depois de cagar. Não há nada mais puro que um belo banho com a alma livre. Banho lava a alma e o cu, tendo essas duas coisas limpas já é o suficiente para se sentir bem consigo.

7 de dez. de 2013

            Meu bem, há tempos que minha alma tem sentido-se só. Julgue-me egoísta se quiser, mas alguma coisa em mim anceia por liberdade; Não posso mais viver com assas atrofiadas, sedenta por voar. Me dói saber que aprisionei-te a uma ilusão. Vazia ou não, ainda assim é uma ilusão. Nego-me a voltar para casa, nego-me a entregar-me novamente a alguém que não pode sentir que há solidão em meus olhos. Nego-me e  negar-me-ei até o fim. Porque sou carne quente e cheia de sangue pulsante nas veias que precisa de liberdade para ir e voltar, sem que haja correntes sem seus desejos e amarguras em seus sorrisos.

14 de out. de 2013

                 Como anjos caídos, nossas almas estilhaçaram-se ao tocar o chão. Dor. Rápida e sutil. Nossos pedaços espalharam-se ao vento. Fomos nos distanciando. A cada minuto que passava-se nossa história apagava-se de mim. Não havia controle, você tornava-se apenas um borrão. Um misto de sentimentos e cores sem sabores, sem emoções. Tudo era vago, vazio... Aos poucos havia apenas escuridão... Teu cheiro havia esvaído-se, tua lembrança parcialmente apagada.  Assistia a solidão e o destino rindo ao meu lado. Os dados haviam rolado e o sorriso irônico deles convenciam-me que isso era o resultado da jogada. Sentia minha alma trêmula, incrédula, e tudo o que eu temia era saber qual seria aproxima jogada.